sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Da Vale ao caos, do caos à lama


Mariana (MG) - Barragens de Santarém e Fundão que romperam na quinta feira (5), trazendo destruição à zona rural de Mariana, em Minas Gerais. (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Por Henrique Santana e Patricia Iglecio
Foto em destaque: Antonio Cruz/Agência Brasil
Infografia: Henrique Santana

A Vaidapé entrou em contato com um ex-funcionário da Vale no município de Mariana, em MG, local que foi varrido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da empresa, na tarde da última quinta-feira (5). Ele conta sobre a violência que a região vive há décadas, hoje inundada de lama tóxica



“Eu vejo publicações dizendo que a barragem estourou por causa de um tremor da terra, como se fosse uma catástrofe natural. Isso já está embutido nas próprias chamadas dos jornais. A imprensa fala: ‘Rompeu-se a barragem’. Quem rompeu-se meu amigo? ‘O distrito foi inundado pela lama’. Como foi inundado? Brotou lama do solo e inundou? A mídia fala como se não tivesse responsáveis, mas a Samarco e a Vale são as responsáveis por isso.”

A frase acima é de Makely Ka, ex-funcionário da Vale S.A, vivido e crescido em Minas Gerais. Atualmente, não trabalha mais no ramo. Após cursar algumas faculdades, sem concluir nenhuma, passou a se dedicar exclusivamente à música, profissão que exerce até hoje. O emprego na Vale veio logo após sua formação como técnico em eletrônica, em meados da década de 90. Na época, morava no município de Mariana, região central de MG, hoje soterrado pela enxurrada de lama que se iniciou após o rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, empresa controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Biliton desde 2000.

A história da tragédia de Mariana já se desdobrou pelo país e deixou imagens de arrepiar a espinha. Os números também assustam. Até o momento, são ao menos 21 pessoas desaparecidas, seis mortes, dois corpos que não foram identificados e centenas de residências destruídas. Mais de 600 pessoas estão desabrigadas e alojadas no ginásio da cidade e em hotéis. A lama também chegará ao Espírito Santo e deve afetar o abastecimento de água de Baixo Guandu, Colatina e Linhares, ameaçando as atividades rurais das cidades e espécies de peixes dos rios.


“Eu vi pelo menos três acidentes. Eles não foram divulgados e essas notícias ficaram ali dentro. As mineradoras tem um controle muito grande sobre a informação que sai. Tem muito dinheiro em jogo”



A Samarco é a décima maior empresa exportadora do país e opera um grande complexo de mineração na região de Mariana. A poucos quilômetros de Bento Rodrigues, região em que o vazamento se iniciou, quase na divisa do distrito, está a Mina de Timbopeba – que também pertence à Vale. Foi lá que Makely trabalhou em 1994 e presenciou outras “catástrofes” que não viraram notícia. “Eu vi pelo menos três acidentes. Eles não foram divulgados e essas notícias ficaram ali dentro. As mineradoras tem um controle muito grande sobre a informação que sai. Têm muito dinheiro em jogo, eles são muito poderosos”, denuncia.

Uma das fatalidades vista por Makely chegou a virar pauta na imprensa local, em Mariana. Dois trens da Vale colidiram em cima de uma ponte na região e despencaram desfiladeiro abaixo. Os maquinistas que operavam a locomotiva morreram na hora. “Esse foi divulgado porque o pessoal do sindicato conseguiu fazer foto, mas não saiu nada em nenhum jornal do estado”, conta.



Os outros dois acidentes caíram no esquecimento da história. Em um deles, conta o ex-funcionário, um caminhão Haulpak passou em cima de um carro dentro da mina e matou as pessoas que estavam dentro. O ocorrido mal havia sido digerido e, no mesmo ano, outro trabalhador caiu dentro de um britador primário e “virou minério”.

“Essas notícias nunca saíram de dentro da mina. Claro que as famílias comentam, mas não vira notícia. E se isso tudo aconteceu no período de um ano e meio que eu passei lá, imagina o número de acidentes que vieram depois e foram abafados”, ressalta.

| Veja também: A jornalista Laura Carpiglioneesteve recentemente na região de Mariana. Ela denunciou uma estranha movimentação na condução das operações de resgate, sugerindo uma possível ocultação de cadáveres como forma de preservar a imagem da Samarco. Leia a reportagem aqui

Com o rompimento das barragens em Bento Rodrigues, uma amostra do descaso da Vale com as regiões exploradas pela mineração vazou para o mundo – mesmo que com o sujeito oculto pelas manchetes jornalísticas (veja mais abaixo).Bombeiros buscam sobreviventes no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana – Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) soltou uma nota após o ocorrido, denunciando que “as empresas Vale e BHP são responsáveis pelo rompimento. Há muitos anos, a comunidade vem alertando sobre os riscos. Ontem, na hora do almoço, trabalhadores ouviram estrondos, mas as atividades continuaram. Suspeitas de que um terremoto teria provocado o acidente não se sustenta visto que foi um tremor de baixíssimo impacto. Não havia nenhum mecanismo de aviso e socorro à população, como exigido em lei (…) A negligência das empresas é total”.

Para Makely, o desastre que tomou conta de Mariana e o descaso das empresas são só mais uma pegada de um dramático projeto de destruição que ele acompanha desde sua infância.Em 20 reportagens pesquisadas pela Vaidapé no portal G1, da Rede Globo, quatro mencionavam a Samarco na manchete. O nome da Vale não apareceu em lugar algum. Tirando uma chamada que carregava o nome da empresa, nas outras 19 matérias a palavra “Vale” apareceu apenas uma vez. Até mesmo na notícia que abordava o encontro do prefeito de Mariana com dirigentes da mineradora, a redação do G1 se limitou a dar apenas os nomes da Samarco e da BHP Biliton
O RASTRO DE DESTRUIÇÃO DA VALE

O município de Mariana compõe o chamado Quadrilátero Ferrífero, região mineira responsável por 60% de toda a produção nacional de minério de ferro. A área também engloba a cidade de Itabira, berço de dois expoentes brasileiros de bastante contraste: o poeta e escritor Carlos Drummond de Andrade e ela, a Vale do Rio Doce, fundada em 1942.O Tsunami de lama que saiu de Bento Rodrigues – Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
“Quando a Vale começou, Itabira era para ser uma cidade polo, com universidades de ponta, de pesquisa. E lá não tem nada. É uma cidade com alto índice de suicídio, inclusive porque a atividade mineradora é cada vez menor”

A história da Vale em Itabira marcou a carreira de Drummond, sobretudo pelo primeiro feito da empresa na região, quando o Pico do Cauê, cartão postal da cidade, se transformou em uma verdadeira cratera de extração de minério. O poeta eternizou a melancolia Itabirana em “A montanha pulverizada”, de 1973, época em que a Mina do Cauê já se consagrava uma das maiores frentes de extração da América:
Adicionar legenda
“Esta manhã acordo e não a encontro,
britada em bilhões de lascas,
deslizando em correia transportadora
entupindo 150 vagões
no trem-monstro de 5 locomotivas
– trem maior do mundo, tomem nota –
foge minha serra vai,
deixando no meu corpo a paisagem
mísero pó de ferro, e este não passa.”

— Carlos Drummond de Andrade

Makely partilha do sofrimento de Drummond. Nascido em Valença do Piauí, sua infância foi em Minas Gerais, estado que mora até hoje, sempre em áreas diretamente impactadas pela exploração de minério. Ele também relembra a trajetória da Vale em Itabira, que tem um começo tão trágico quanto seu final.

“Quando a Vale começou, Itabira era para ser uma cidade polo, com universidades de ponta, de pesquisa. E lá não tem nada. Digo isso porque minha família é de lá. É uma cidade com alto índice de suicídio, inclusive porque a atividade mineradora é cada vez menor, já que a lavra [extração de metais] está diminuindo”. A previsão é que nos próximos 20 anos a extração de ferro na mina se esgote e a cidade fique sem perspectivas, já que, nas últimas décadas, a economia de Itabira girou quase que exclusivamente em torno da Vale. A lógica da empresa é “simples”, conta Makely, “termina a lavra, a Vale vai explorar outras áreas e acabou. Em Barão de Cocais, onde vive minha mãe, a Vale chegou há 10 anos causando muita comoção. Mas eles vão lá explorar o minério. Depois que acabou, tchau!”, conclui.
O IMPACTO SOCIOAMBIENTAL NAS ÁREAS DE MINERAÇÃO

Após o Tsunami de lama que varreu Mariana, o coordenador de fiscalização de pesquisa mineral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão responsável pela fiscalização das barragens, declarou que o rejeito de minério de ferro é classificado como inofensivo à saúde. Para ele, mesmo que haja contato com a água do rio, o consumo desta não será prejudicado. A Samarco reiterou a afirmação.

No entanto, outros municípios afetados pela enxurrada não partilham da mesma opinião. Os rejeitos das barragens de Bento Rodrigues desceram vale a dentro, atingiram o leito do Rio Doce e já chegam no Espirito Santo. Em grande parte das cidades atingidas pela onda de lama, o abastecimento de água foi suspenso, depois que órgãos fiscalizadores detectaram substâncias como mercúrio e alumínio nos rejeitos. Biólogos e ambientalistas já alertam para milhares de quilômetros de oceano que serão impactados quando o liquido chegar ao litoral – isso sem contar as extenções de terra já atingidas. Uma catástrofe ambiental sem precedentes no Brasil.




O tsunami tóxico que escorre pelos vales mineiros – Foto: Corpo de Bombeiros

“Essa lama é extremamente tóxica. Eu acho muito irresponsável dizer que não é, porque você sente o cheiro. Claro que é tóxico! Se você entra em uma área de flotação de uma mineradora você já sente o ar pesado. Então manda quem disse que não é tóxico entrar, tomar banho de lama, porque eu tenho certeza que nenhum deles faz isso”, ironiza Makely, fazendo referência as afirmações da Samarco e do DNPM.
“Manda quem disse que não é tóxico entrar, tomar banho de lama. Porque eu tenho certeza que nenhum deles faz isso”

A área de flotação, citada pelo músico, consiste em grandes tanques, onde o minério britado passa por um processo de decantação através de reagentes químicos, que separam o ferro que será extraído de outros componentes. O rejeito que vai para o fundo do tanque é escoado para a barragem e toda a área do entorno dessa tem o acesso proibido.

Makely explica que, inclusive, existe um grave problema de saúde pública. Por conta da quantidade de ouro que fica no rejeito, são muitos os casos de pessoas que entram ilegalmente nas barragens para garimpar e acabam parando nos hospitais por doenças ou intoxicações.

No terceiro semestre deste ano, algumas semanas antes do rompimento das barragens, a Vale anunciou seu recorde histórico de produção de minério: mais de 88 milhões de toneladas, O feito ocorreu mesmo em um período de desaceleração da economia, sobretudo pela queda nas exportações para a China, principal consumidora do Brasil. O preço do recorde, por outro lado, é alto. A mineração exige uma enorme captura de água para a extração e escoamento do minério. Nesse processo, a água é contaminada com uma série de reagentes químicos e substâncias tóxicas, tornando-a inutilizável.Mar de lama: moradores observam a catástrofe do alto – Foto: Gustavo Ferreira- Jornalistas Livres

Na região de Mariana e do Quadrilátero Ferrífero, a principal fonte de água provem de duas das mais importantes bacias hidrográficas de Minas Gerais, responsáveis, inclusive, por grande parte do abastecimento de Belo Horizonte. Essa água é desviada da população e de comunidades de pequenos agricultores para os dutos sedentos das mineradoras.
“Conceição do Mato Dentro é uma situação de calamidade pública. Pessoas chegam em situação análoga à escravidão. Aumentam os índices de prostituição, de violência, de gravidez na adolescência, de uso de drogas. Uma situação trágica que vem a reboque da mineração”

Makely atenta que, para além dos impactos ambientais, os danos sociais causados pela mineração brasileira são imensuráveis. Um caso que marca a vida do músico é a história de Conceição do Mato Dentro, também em MG. A cidade tem cera de 20 mil habitantes e hoje vive em uma situação de miséria, com altos índices de uso de drogas e violências de todos os tipos.

“É uma situação de calamidade pública. As mineradoras trabalham com empresas terceirizadas, que, por sua vez, contratam mão de obra de regiões pobres no norte e nordeste. Essas pessoas chegam, muitas vezes, em situação análoga à escravidão”, conta Makely, que descreve a cena de um filme de horror. “Você não acredita o número de casos de gravidez que acontecem nessas regiões. O cara passa ali, engravida uma, engravida duas e vai embora, porque ele é funcionário de uma empreiteira terceirizada. É uma situação muito dramática. Aumentam os índices de prostituição, de violência, de gravidez na adolescência, de uso de drogas. Uma situação trágica que vem a reboque da mineração.”



Ele completa a narração do cenário: “Parece uma paisagem de guerra, de guerra civil lunar. Um lugar dos infernos. Parece que passou uma draga ali, um furacão”.

Para Makely, os impactos causados pela mineração extensiva no Brasil são mais do que necessários para repensar as políticas de exportação. “Existe esse grande mito de que o minério sustenta a economia, de que sem a exportação do minério o PIB ia cair, ia gerar muito desemprego. É uma questão que a gente deve pensar. Qual é o custo real disso? São commodities vendidos muito barato. Você arranca o minério e vende ele para os chineses produzirem os eletrônicos e eletrodomésticos que a gente consome por um preço muito mais caro em relação ao que a gente vendeu para eles”, questiona. Ele completa problematizando o tipo de emprego gerado pela atividade mineradora, que segundo ele é, na realidade, um “subemprego”.
A MINERAÇÃO E O LOBBY POLÍTICO

Além da influência na mídia, já citada por Makely no início desta matéria, o setor da mineração e metalurgia é um dos mais ativos financiadores de campanhas eleitorais. Em 2014, o setor repassou R$ 47,7 milhões de seus cofres para parlamentares. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, no Congresso de hoje, 166 dos 513 deputados federais e 14 dos 81 senadores eleitos em outubro de 2014 foram beneficiados pelo montante.



Os dados das últimas campanhas eleitorais são reveladores. A Vale Energia doou R$ 2,5 milhões para a atual presidenta Dilma Rousseff (PT). Já o governador de MG, Fernando Pimentel (PT), recebeu R$ 1,8 milhão provenientes da Vale Energia e Vale Manganês.

A Comissão Especial para o Novo Código da Mineração, que tramita no Congresso, tem como relator o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG). Reeleito em 2014, o parlamentar recebeu R$ 380 mil de empresas de extração mineral.

Guilherme Mussi (PP-SP), outro integrante da comissão que discute o novo código, recebeu R$ 3,1 milhões da Indústrias Brasileiras de Artigos Refratários (Ibar) e R$ 250 mil da Vale. Também ocupa uma cadeira o deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG), que registrou R$ 1,4 milhão em contribuições de oito empresas do ramo. A maior é da Vale, que doou R$ 800 mil.

Outro destaque da comissão é a deputada federal Rose de Freitas (PMDB-ES). Eleita também à uma vaga no Senado, Rose tem como primeiro suplente de sua cadeira na Câmara o empresário Luiz Pastore(PMDB), dono da Copper Trading, que doou um montante de R$ 1,2 milhão para a pemedebista. A parlamentar que no total arrecadou R$ 2,9 milhões de empresas do setor, recebeu também da Indústria Brasileira de Metais (Ibrame), Bramagran Mármores e Granitos e Vale.

Makely dá um exemplo mais concreto da interferência de empresas do ramo da mineração no poder público. O caso se deu na criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela, em Minas Gerais, no final de 2014. Após uma batalha de anos travada por geólogos e ambientalistas, o projeto de criação do parque foi encaminhado para o governo federal. Resultado? A proposta original, de 38,2 mil hectares de mata preservada, foi para 31,2 mil. As áreas amputadas do plano original fazem parte, justamente, do perímetro destinado a extração do ferro do projeto Apollo da Vale, um dos maiores da mineradora no Quadrilátero Ferrífero, que é orçado em 4 bilhões de reais.
O NOVO CÓDIGO DA MINERAÇÃO

A maioria das cadeiras da comissão responsável pela votação do projeto são ocupadas por parlamentares que receberam verba de empresas do ramo da mineração. O novo código foi elaborado para alterar regras que foram estabelecidas durante a ditadura militar. Entre os critérios que devem ser alterados estão: o regime de prioridades, que significa que o primeiro a entrar com o pedido de pesquisa tem o direito de lavrar posteriormente, e o tributo que incide sobre a extração, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFM), o chamado “royalty da mineração”.



A mineração no Brasil é sinônimo de ferro, principal produto de exportação do país, praticamente 70%. Além disso, é o maior recolhedor de impostos. O segundo é o ouro, mas, mesmo assim, os valores são discrepantes. Enquanto o ferro arrecada US$30 bilhões anualmente, o ouro alcança U$2,3 bilhões, seguido pelo nióbio com US$1,8bi e o cobre US$1,5bi.

As indefinições sobre as novas regras que passarão a vigorar sobre o setor de mineração não pretendem comprometer as arrecadações da CFEM, permitindo que continue como uma atividade predatória e neoliberal.

Desde 86, Minas Gerais já sofreu com 6 rompimentos de barragens, ainda que nenhum tenha tomado as proporções do último desastre. Para Makely, o Estado brasileiro carrega uma responsabilidade histórica pelo ocorrido em Mariana e tantas outras atrocidades cometidas pela extração predatória, que tem na Vale, a maior mineradora do Brasil e a segunda do mundo, o símbolo máximo desse processo. “A gente tem uma política desenvolvimentista que é a mesma que foi implantada em 1940, baseada na exploração dos recursos naturais. Nós somos hoje o grande exportador de commodities, não só minério, mas outros recursos, como a soja. A gente não tem desenvolvimento em tecnologia, em indústria de transformação, em nada. É o mais baixo grau de produção humana”, afirma.

Músico que é, Makely encerra suas considerações citando um colega de profissão: “O Tom Zé costumava dizer que a bossa nova elevou o país de exportador de commodities a exportador de música, o mais alto grau de elaboração do intelecto humano. E a gente de repente voltou para o período pré-bossa nova. Como se a única forma de manter a balança comercial e o PIB do país fosse a exportação desses recursos esgotáveis. Porque é isso, acabou a exploração acabou tudo.”

Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres
Fonte: http://vaidape.com.br/blog/2015/11/da-vale-ao-caos-do-caos-a-lama/

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A farsa Ianomâmi – A raça índigena que nunca existiu




Há algum tempo existiu na televisão num desses programas humorísticos um quadro em que uma bela loura com carregado sotaque americano, ao final de cada historinha contada pelo seu patner, ela ensejava: – Brasileiro é tão bonzinho… É verdade! E maior verdade ainda é “político brasileiro é tão bonzinho” que entrega de mão beijada nossas estupendas riquezas por um preço para o custo país – ínfimo – mas, para eles vantajoso. E nessa política eles seguem dilapidando o patrimônio nacional, uma vez que, não encontram a menor resistência por parte de nenhum dos poderes constituídos do país. O caso mais VERGONHOSO e IMORAL é o da dermacação de áreas índigenas, especialmente, das reservas Ianomami e Raposa do Sol. Foi o ex-presidente e hoje senador Collor quem decretou a demarcação, por pressão dos Estados Unidos, da vastíssima “Reserva Ianomami”, de cerca de 97 mil Km2, destinada a uma suposta preservação da referida tribo. Tal reserva, além de chamar à atenção pela enorme área em relação à pequena população indígena lá existente, ainda uma parte se encontra situada na faixa de fronteira de 150 Km, o que desrespeita o parágrafo 2º, inciso XI, do Art. 20 da nossa Constituição.
No caso da reserva Raposa do Sol são 1.743.089 hectares para abrigar um punhado de índios, tudo de mentirinha.

Veja como se entrega o nosso “ouro” para os gringos

O estudo “A Questão Minerária na Amazônia: a Coincidência das Áreas Indígenas”, do vice-governador de Roraima, Salomão Cruz, e do economista Haroldo Amoras, aponta a relação entre as áreas demarcadas ou pretendidas pela Funai com os minérios.

“Apesar de entidades desmistificarem a tese que a demarcação de terras indígenas não são efetivadas considerando os veios minerais que lhes percorrem o subsolo, suas ligações com ONGs e as ligações destas com financiadores externos, as coincidências levam a crer o contrário, basta analisar a ampliação destas e a possibilidade de existência de minérios apontados pelo Projeto Radam no final dos anos 80”, diz o estudo.
Os autores citam como exemplo o ocorrido na Gleba Noroeste (37) na área Yanomami; “É visível o caminho percorrido buscando a sinuosidade apresentada pelos veios minerais, sendo notória a área pretendida Raposa Serra do Sol e as curvas sofridas pela ampliação da área Yanomami – Gleba Noroeste (37). Parte desta gleba estava fora da área pretendida pela Funai e após a descoberta de fosfato pela CPRM, a reserva foi ampliada, excluindo 27 propriedades rurais, a maioria detentoras de título definitivo ou posse”.
A reserva Yanomami é uma das mais ricas reservas minerais do planeta. É nela que se encontram as maiores jazidas conhecidas de nióbio do mundo, metal considerado de alto valor estratégico. Segundo o relatório da Comissão Externa da Câmara, o nióbio é “mais leve que o alumínio, quando adicionado ao aço, sua resistência é muito superior à de chapas blindadas de aço cromo-niquelado, o que explica o grande interesse da indústria bélica por esse mineral. Ele é usado na construção de cosmonaves e satélites, por ser resistente ao frio cósmico e ao impacto de pequenos meteoritos, além de ser um grande condutor: um arame com espessura de um fio de cabelo tem a mesma condutividade de um cabo de cobre de uma polegada”.
A jornalista Rebecca Santoro nos conta sobre a farsa dessa tribo IANOMAMI que nunca existiu, uma tribo defendida pelas ONGs estrangeiras de picaretas que infestam e infectam a nossa Amazônia e abençoada pelos “verdes”, como Marina Silva, que endossam esse crime que está sendo praticado contra o nosso país.

Índio quer apito e gringo quer nióbio
→ O Almirante Gama e Silva, em 21 de abril de 2008, publicou o artigo ‘Ianomami! Quem?’, no qual falava sobre o livro “A FARSA IANOMÂMI”, escrito pelo Coronel Carlos Alberto Lima Menna Barreto, homem que conheceu Roraima muito bem, pois, comandou 2º Batalhão Especial de Fronteira naquele Estado, de 1969 a 1971, e, 14 anos depois, veio a ser Secretário de Segurança do antigo Território Federal. Este oficial, fazendo um estudo de obras publicadas por cientistas estrangeiros que pesquisaram a região na década iniciada em 1910, procurou provar que os “ianomâmis” haviam sido criados por estrangeiros.
Menna Barreto, além de outras fontes também fidedignas, afirma que coube a uma jornalista/fotógrafa suíça, CLAUDIA ANDUJAR, mencionar, pela primeira vez, em 1973, a existência do grupo indígena por ela denominado “IANOMÂMI”, localizado em prolongada faixa vizinha à fronteira com a VENEZUELA. Claudia teria sido ‘inspirada’ pela organização denominada “CHRISTIAN CHURCH WORLD COUNCIL”, ou CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS (CMI), sediada na SUIÇA, e que, por seu turno, é dirigida por um Conselho Coordenador instruído por seis entidades internacionais: “Comitê International de la Defense de l´Amazon”; “Inter-American Indian Institute”; “The International Ethnical Survival”; “The International Cultural Survival”; “Workgroup for Indigenous Affairs” e “The Berna-Geneve Ethnical Institute”.
Gama e Silva destaca, ainda, em seu artigo, texto integral do item I, das “Diretrizes” desta organização referentes ao BRASIL: “É nosso dever garantir a preservação do território da Amazônia e de seus habitantes aborígines, para o seu desfrute pelas grandes civilizações européias, cujas áreas naturais estejam reduzidas a um limite crítico”.

A fotógrafa Cláudia Andujar que inventou a historinha dos ianomami

O Professor Marcos Coimbra é outro que afirma que a fotógrafa Cláudia Andujar inventou a pretensa cultura Ianomâmi, para designar todas as tribos dispersas pela região, “fossem quais fossem as suas origens, suas línguas e suas características culturais”. Coimbra lembra, também, que foi Claudia quem promoveu a criação da organização não-governamental “Comission for the Creation of the Yanomami Park” (CCPY), “que durante quinze anos pressionou por todos os meios o governo brasileiro no sentido de criar uma área exclusiva para aqueles índios, que totalizavam então pouco mais de onze mil pessoas. Em 1992, finalmente, foi vitoriosa”. (E, hoje, os índios estão lá, na reserva, morrendo) No artigo, o Almirante Gama e Silva também cita o Almirante Braz Dias de Aguiar, o “Bandeirante das Fronteiras Remotas”, que, ainda no cargo de Chefe da Comissão Demarcadora de Limites – Primeira Divisão, passou 30 anos dedicando-se a demarcar nossas fronteiras na Amazônia. Todas as campanhas de Braz de Aguiar foram registradas em detalhados relatórios, além dos trabalhos detalhados que fazia sobre determinadas áreas. Num desses trabalhos – O VALE DO RIO NEGRO – cita, nominalmente 25 tribos da região e mais as 15 famílias do grupo TUCANO, que eram dividas em três ramos. Em toda essa documentação não há uma só palavra sobre os tais dos Ianomâmis.
Livro do Coronel Carlos Alberto Lima Menna Barreto

Deu para entender como o brasileiro é bonzinho? De Collor ao governo Lula á Dilma o Brasil entregou aos 300 picaretas que querem dominar o mundo, um território que cabe a Europa e mais alguns países, que tem a maior reserva de minérios preciosos do mundo – dentre eles o nióbio – com base numa farsa humanista que tem como protagonistas 100 mil ONGs estrangeiras que exploram nossas riquezas. Enquanto tudo isto está acontecendo a sociedade, o Congresso e a mídia, estão discutindo o sexo dos anjos. Então, paciência, merecemos o governo pé de chinelo que temos. Merecemos ser gozados pelos portugueses pela entrevista mais ralé que um chefe de estado brasileiro já concedeu à imprensa internacional. Merecemos acreditar numa mentira proferida por um presidente da República no exercício do cargo negando a existência do maior caso de corrupção da história deste país – o Mensalão do PT – e ainda receber 110% de aprovação do seu governo tão mentiroso como esta falsa alegação. Merecemos sim, afinal o brasileiro é tão bonzinho…
Fonte: Lucio Neto