quarta-feira, 22 de setembro de 2021

O ácido húmico atua como um antídoto natural do grafeno.


O Ácido Húmico como Antídoto Natural ao Grafeno: Regulando a Translocação e os Fluxos Metabólicos In Vivo
Xiangang Hu 1Li Mu Jia Kang Kaicheng Lu Ruiren Zhou Qixing Zhou
Afiliações expandir PMID: 24857237 DOI: 10.1021 / es5012548
Repostado: Ricardo Camillo

Contexto e Importância do Estudo
O grafeno, um nanomaterial revolucionário, tem sido amplamente estudado devido às suas propriedades únicas e aplicações promissoras em diversas áreas, como eletrônica, medicina e engenharia de materiais. No entanto, à medida que seu uso se expande, crescem também as preocupações sobre seus possíveis impactos ambientais e à saúde. A fitotoxicidade, ou seja, os efeitos tóxicos do grafeno em plantas, é uma área ainda pouco explorada, mas crucial para entender os riscos ecológicos associados a esse material.

Este estudo pioneiro investigou como o grafeno afeta o crescimento e o metabolismo do trigo, uma das culturas mais importantes globalmente, e como o ácido húmico (HA), um componente natural da matéria orgânica do solo, pode mitigar esses efeitos negativos.

Fitotoxicidade do Grafeno:
O grafeno mostrou-se capaz de inibir significativamente o desenvolvimento das raízes do trigo e a biossíntese da clorofila, além de alterar a morfologia da parte aérea das plantas. Esses efeitos sugerem que o grafeno pode interferir diretamente no metabolismo e na estrutura celular das plantas.


Papel do Ácido Húmico (HA):
O HA demonstrou um papel protetor, reduzindo significativamente (P < 0,05) a fitotoxicidade do grafeno. Ele não apenas recuperou a morfologia normal das pontas dos caules, mas também regulou a translocação do grafeno dentro das plantas. O HA aumentou a estrutura desordenada e as cargas negativas superficiais do grafeno, reduzindo sua agregação e facilitando seu armazenamento em vacúolos, o que pode ser um mecanismo de desintoxicação.

Translocação e Acúmulo de Grafeno:
Tanto o grafeno quanto o grafeno-HA foram transportados das raízes para os brotos das plantas, acumulando-se nos citoplasmas e cloroplastos. No entanto, o HA parece modular esse processo, reduzindo os danos celulares.

Regulação Metabólica:
O estudo identificou que o grafeno altera o metabolismo das plantas, aumentando substâncias como cadaverina, alcanos, ácido glicônico e ácido aconítico, que estão associadas à fitotoxicidade. Por outro lado, o grafeno-HA promoveu a regulação positiva de compostos como inositol, fenilalanina, ácido ftálico e ácido octadecanóico, que podem estar relacionados a mecanismos de defesa e recuperação celular.

Implicações das Vias Metabólicas:
A análise das vias metabólicas revelou que a direção dos fluxos metabólicos é crucial para determinar a nanotoxicidade. O HA atua como um regulador desses fluxos, mitigando os efeitos negativos do grafeno.

Implicações Práticas
Essas descobertas têm implicações significativas para a gestão de riscos ambientais associados ao uso de nanomateriais. O HA pode ser utilizado como uma estratégia natural para controlar a contaminação por grafeno em solos agrícolas, protegendo as culturas e mantendo a saúde do ecossistema. Além disso, o estudo sugere que a superestimação dos riscos dos nanomateriais pode ser evitada com o uso de substâncias como o HA, que modulam sua toxicidade.

Conclusão
Este trabalho introduz um conceito inovador: o ácido húmico como um antídoto natural ao grafeno, capaz de regular sua translocação e os fluxos metabólicos in vivo. Essa descoberta não apenas amplia nossa compreensão sobre a interação entre nanomateriais e sistemas biológicos, mas também oferece uma ferramenta promissora para o controle da contaminação por nanomateriais em ambientes agrícolas e naturais.

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