Estão de parabéns o pesquisador, as organizações de fomento, a população afligida pela asma e os extrativistas. Mas, como bom senso não é comum por aqui, não é nada disso. O trauma, do pesquisador e de todos, começa quando alguém lembra que a exploração do xaxim é proibida. Em todos os estados do sul desde 1992 e em nível nacional a partir de 2000, o extrativismo do xaxim foi banido sob a bizarra justificativa de que a espécie corre risco de extinção. Por outro lado, não pode ser cultivada, pois uma vez domesticada, não apresenta o mesmo princípio ativo existente no ecossistema natural. Ora, se não há como extrair o princípio ativo da espécie de ocorrência natural, presente nos ecossistemas nativos, o que reforçaria a tese de uma biodiversidade rica e de valor estratégico inestimável, que poderá significar riqueza e prosperidade para todos os brasileiros em um futuro próximo, se tudo isso são firulas e não passam de demagogias, resta somente sintetizar o princípio ativo. A tristeza aumenta nessa hora. Ocorre que depois de uma intensa busca na farmacopeia de vários países, o pesquisador encontrou registros do mesmo princípio ativo sintetizado pela farmácia francesa e espanhola. Resumo da tristeza. O suplemento vitamínico vai ser produzido com o princípio ativo sintético, vai gerar riquezas alhures, na falsa idéia de que dessa maneira o xaxim nosso estará protegido da extinção. Com um final mais triste ainda, a história, como todos que estudam o potencial da diversidade biológica de regiões como a Amazônia estão cansados de presenciar, vai se repetir. Os órgãos de controle não conseguem monitorar o imenso território. O mercado marginal continua pressionando pelo recurso florestal. A espécie será explorada da pior forma e com elevados índices de degradação e, enfim, a possibilidade do manejo florestal daquela espécie vai por água abaixo. Isso já aconteceu com o pau rosa, está acontecendo com a paca, queixada, catetu, capivara, jabuti, orquídeas e assim vai. A garantia da manutenção da biodiversidade esta em seu uso econômico e não há melhor uso econômico, que aprecia e remunera o valor da floresta, que o uso medicinal como a fitoterapia. Que se criasse uma Reserva Extrativista do xaxim ou se encontrasse outra solução, afinal a garantia da Biodiversidade é que deveria ser a prioridade. Écio Rodrigues * Professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Engenheiro Florestal, Especialista em Manejo Florestal e Mestre em Economia e Política Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Doutor em Desenvolvimento Sustentável pelaUniversidade de Brasília (UNB).
Vídeo postado em 3 de fev de 2009
Reportagem exibida na repetidora da Rede Globo no Jornal do Almoço referente a esta grande descoberta. Asma, Bronquite, Rinite e Sinusite.
Vídeo postado em 3 de fev de 2009
Reportagem exibida na repetidora da Rede Globo no Jornal do Almoço referente a esta grande descoberta. Asma, Bronquite, Rinite e Sinusite.
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